30 de outubro – Dia Nacional de Luta contra as doenças reumáticas: temos motivos para comemorar?

30 de outubro – Dia Nacional de Luta contra as doenças reumáticas: temos motivos para comemorar?


Publicado em 07/11/2019Notícias

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                   Do exame da célula LE em 1948 às técnicas de microray, do uso do ouro para a artrite reumatóide, dos imunoduladores e imunobiológicos, é extraordinária a evolução da reumatologia, em especial nas últimas 3 décadas. Vislumbramos em um futuro próximo a tão desejada medicina de precisão, onde se utilizará o medicamento correto, na dose e momentos certos. Iremos além dos imunobiológicos. A ideia é o tratamento curativo: reprogramar o sistema imune para o seu normal (imunoterapia imunoespecífica).  Esta evolução do tratamento ao longo das últimas décadas permitiu ao paciente reumático uma inegável melhora da qualidade de vida e diminuição da mortalidade nas doenças graves, como Artrite Reumatoide, Espondilite Anquilosante e Lupus  Eritematoso Sistêmico, só para citar algumas.
Quanto desta revolução chega às classes menos favorecidas? No Brasil, 40% da população adulta (57,4 milhões), em especial as mulheres, sofre de uma doença crônica responsáveis por 72% das mortes. As doenças reumáticas então entre as 5 mais comuns, destacando-se as  da coluna – 21 % das mulheres e 15% dos homens. O Brasil tem poucos estudos sobre o impacto socioeconômico das doenças reumatológicas. O período de latência entre o inicio dos sintomas e a chegada do paciente ao reumatologista — média de 8 anos para as doenças inflamatórias da coluna (espondiloartrites) — já determina que o paciente chegue ao reumatologista com lesões irreversíveis.   Na Região Sul há em média um reumatologista para 70 mil habitantes, como é o caso de SC, mas em outras regiões chega até a 1 para 200 mil, como na Bahia, o dobro do ideal.  A introdução da telemedicina nas Secretarias de Saúde agilizam o acesso do paciente reumático ao especialista, reduzindo o tempo de espera para a 1ª consulta pelo SUS, atualmente em meses na maioria das cidades em que há reumatologista. O custo médio anual para o sistema público de saúde tratar um paciente com espondilite anquilosante, de acordo com um estudo publicado em 2018, foi de R$ 100 mil reais (dados de 2012), que deve ser muito reduzido com a introdução dos medicamentos biossimilares (novos biológicos).
Concluindo: embora do ponto de vista científico tenhamos progredido substancialmente, este avanço ainda precisa  refletir da mesma forma no atendimento à população mais carente, em especial aos usuários do SUS.
Dra. Mara Suzana Cerentini Loreto- Presidente SCR 2018/2019
CRM-SC 4848 RQE 1071

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As doenças reumáticas têm maior sucesso no tratamento quanto mais cedo forem diagnosticadas. Para isso, é importante estar alerta aos fatores de risco e sintomas das principais doenças.

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