Diante da preocupação com o anúncio da pandemia de infecção pelo novo coronavírus pela Organização Mundial de Saúde (OMS), bem como com o recente decreto de situação de emergência anunciado pelo governo do estado de Santa Catarina, e frente ao reconhecimento do início da transmissão comunitária (quando não é mais possível a identificação do foco) no país, a Sociedade Catarinense de Reumatologia vem a público ratificar os posicionamentos de diversas entidades médicas sérias sobretudo no que tange a portadores de doenças reumáticas.
1- É importante ressaltar que a maior parte dos pessoas infectadas apresenta sintomas leves e se recuperam totalmente sem nenhum tipo de tratamento específico. O risco de evoluir com uma doença mais grave aumenta com a idade e quando há doenças associadas como diabetes, doenças cardíacas e pulmonares crônicas. NÃO EXISTEM informações suficientes sobre o efeito de medicações imunossupressoras ou imunobiológicos em uma possível infecção pelo COVID-19. Recomenda-se que medidas de suspensão dos tratamentos na vigência de sintomas sugestivos seja discutida individualmente, considerando o risco de atividade da doença e do quadro infeccioso pelo médico especialista que realiza o acompanhamento. A interrupção preventiva também pode ser avaliada, mas não há evidência de que essa atitude terá qualquer tipo de efeito protetor contra infecção. Jamais interrompa seu tratamento sem a devida orientação do seu médico.
2- Estudos preliminares indicam que o medicamento ibuprofeno possa estar relacionado a uma pior evolução do quadro pulmonar. Portanto, recomenda-se evitar o uso dessa droga dando preferência à utilização de paracetamol ou dipirona no caso de dor ou febre.
3- Pacientes reumáticos devem agendar consulta com o médico assistente apenas nos casos de necessidade de reavaliação para atividade da doença e da medicação em uso, caso contrário, recomenda-se postergar ou utilizar recursos de comunicação para esclarecimento de duvidas.
4- Reiteramos que a medida MAIS IMPORTANTE e EFICIENTE neste momento é o ISOLAMENTO SOCIAL. Recomendamos que pacientes portadores de doenças reumáticas e seus familiares contactantes permaneçam em casa, saindo somente em situações em que isso seja absolutamente necessário. Essa é a ação que mais trará PROTEÇÃO.
5- Finalmente, alertamos para que busquem sempre informações institucionais a fim que as frequentes “fake news” em circulação pelas redes sociais não gerem pânico desnecessário. Precisamos atuar com serenidade, seriedade e firmeza de modo a minimizar os graves danos que essa crise poderá nos gerar.
Dra Sônia Cristina de Magalhães Souza Fialho
CRM/SC 13062 RQE 8795
Médica reumatologista, membro da Sociedade Catarinense de Reumatologia.
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