Hanseníase no século XXI- onde estamos.
A hanseníase (anteriormente chamada de lepra) é uma doença infecciosa crônica não fatal causada pelo Micobacterium leprae. É uma doença associada a situações de baixa condição econômica e os países como Índia, China, Miamar, Indonésia, Nepal, Nigéria e o Brasil apresentam alta prevalência da doença. O Brasil teve 25,2 mil casos em 2016, representando 11,6 % dos casos no mundo! Acredita-se ter até oito milhões de portadores de hanseníase no mundo. Não se sabe ao certo como se adquire, podendo ser por gotículas nasais, contato com o solo ou através de insetos. As manifestações clínicas da hanseníase são bastante diversas e por vezes um desafio para o médico. Podem se apresentar classicamente como dois polos de lesões de pele: a hanseníase forma tuberculóide (HT), com sintomas confinados à pele e nervos periféricos. Aparecem manchas claras com bordas com perda de sensibilidade. Há poucas bactérias presentes nestas lesões. Os nervos estão espessados. A hanseniase lepromatosa (HL) é a forma mais grave da doença. As lesões de pele aparecem mais como nódulos, infiltrações de pele e lobos das orelhas, perda de pelos nas sobrancelhas, lesão de vários nervos. Tem muitas bactérias nas lesões, visto em caso de biópsia. Até 50% das pessoas que tem esta forma grave podem ter um quadro reacional (complicação) no inicio do tratamento o chamado eritema nodoso. É neste momento que o paciente pode se apresentar ao reumatologista com dor em varias articulações, com exame do fator reumatóide positivo, FAN positivo e tratar-se de um caso de HANSENíASE e não de doença reumática! Assim, o diagnóstico da Hanseníase é feito a partir da SUSPEIÇÃO da doença: lesão de pele com alteração da sensibilidade + espessamento de nervo com confirmação pela biópsia da lesão! A doença tem cura e o tratamento é fornecido pelo SUS.
Dra. Mara Suzana Cerentini Loreto
CRM 4848 CFM 1071
