SÍNDROME DA DOR MIOFASCIAL – nunca ouvi falar! Doença rara?!???

SÍNDROME DA DOR MIOFASCIAL – nunca ouvi falar! Doença rara?!???


Publicado em 30/10/2019Notícias

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A síndrome da dor miofascial é uma condição caracterizada por dor muscular e nos tendões que pode estar presente em diversos grupamento musculares. É causa frequente das lombalgias, das cefaleias tensionais e das dores orofaciais.

O principal achado na síndrome da dor miofascial é a presença dos pontos-gatilho (PG), descritos como pontos dolorosos, hiperirritáveis e bem localizados dentro de uma banda muscular tensa. A pressão manual dos pontos-gatilho pode desencadear dor no local onde está sendo palpado e a distância, esta denominada área de dor referida. O quadro doloroso é habitualmente crônico e pode estar associado a formigamentos, contraturas musculares prolongadas, sensação de rigidez muscular e, por vezes, dificuldade de movimentação da região afetada. Os PG quando presentes nos músculos da face ou pescoço podem desencadear quadro de lacrimejamento, vermelhidão e secura ocular.

Condições associadas à síndrome da dor miofascial são os distúrbios do sono, stress emocional, alterações intestinais (diarreia ou constipação), postura incorreta no trabalho ou em casa.

O diagnóstico é realizado pelo médico reumatologista por meio da entrevista clínica e pelo exame físico minucioso. A presença dos pontos-gatilho e a reprodução dos sintomas pela sua palpação são imprescindíveis para estabelecer o diagnóstico.  Os exames de sangue e de imagem quando solicitados tem por intuito excluir outras condições que se apresentam como dor regional.

Os princípios fundamentais para o tratamento da síndrome dolorosa miofascial, assim como em toda condição relacionada à dor crônica, devem ser o entendimento do paciente sobre a doença, a presença de equipe multidisciplinar para a condução do caso e a abordagem dos vários domínios associados à dor.

A avaliação postural no trabalho e nas atividades domésticas devem ser abordadas e corrigidos eventuais fatores perpetuadores do quadro doloroso. As queixas relacionadas ao sono e a presença de fatores psicológicos agravantes merecem atenção e devem ser tratados especificamente.

A inativação dos pontos-gatilho é essencial para o alívio da dor e pode ser feito pelo tratamento fisioterápico com terapia manual ou métodos físicos (ultrassom, laser, hidroterapia). Outra opção é o procedimento de agulhamento realizado no consultório do reumatologista, para desativar os pontos geradores de dor. O tratamento medicamentoso é sempre personalizado para cada caso com a possibilidade de uso de anti-inflamatórios, relaxantes musculares e medicações moduladoras da dor. Após melhora do quadro doloroso agudo, a manutenção de fisioterapia e atividade física são fundamentais para obtenção de bons resultados a longo prazo.

 

Dr. João Pedro Pereira da Cunha

CRM-SC 25.683  RQE 16.076

 

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