O ato de a mãe amamentar significa muito mais do que alimentar o filho recém-nascido, pois o leite materno é um alimento completo em nutrientes, significa ampliar a relação maternal que se iniciou intra-útero; é um ato particular e enriquecedor para ambos que marcará a vida de ambos.
Diversos estudos comprovam que, dentre os fatores responsáveis pelo abandono precoce da amamentação, encontra‐se o uso de medicamentos pelas mães. Tal fato tem sido atribuído à carência de informações sobre a segurança de várias drogas para uso durante a lactação, ao desconhecimento dos profissionais de saúde acerca do tema e às informações não científicas contidas nas bulas dos medicamentos.
A maioria dos medicamentos passa para o leite materno, mas em pequenas quantidades; e mesmo quando presentes no leite, as drogas poderão ou não ser absorvidas no trato gastrointestinal do lactente. Só excepcionalmente, quando a doença materna requer tratamento com medicações incompatíveis com a amamentação, esta deve ser interrompida.
É importante ressaltar que os estímulos mais valiosos para o aumento da quantidade do leite materno são a sucção pelo bebê e a ordenha das mamas. Existem vários medicamentos que podem aumentar o leite materno, mas na prática clínica são utilizadas apenas a metoclopramida e a domperidona e da mesma forma drogas que podem reduzir, entre eles vários hormônios, além do álcool, do cigarro e dos diuréticos.
Em relação aos medicamentos usados na reumatologia alguns são considerados SEGUROS, entre estão: acetaminofen, diclofenaco, dipirona, ibuprofeno, piroxican. Da mesma forma há alguns analgésicos opióides (codeína) e anestésicos seguros. Os corticosteroides considerados seguros são a prednisona, deflazacorte, a metilprednisona, a hidrocortisona e beclometasona.A hidroxicloroquina, a cloroquina, o alopurinol e o certolizumabe também são considerados seguros para ser usados na amamentação.
MODERADAMENTE SEGUROS (uso criterioso): AAS, meloxican, codeína e tramadol. Corticosteróides como a betamestasona, butesonida e dexametasona. A azatioprina pode ser usada durante a amamentação.
São considerados POSSIVELMENTE PERIGOSOS durante a amamentação: a colchicina (usada na artrite da gota), o naproxeno (antinflamatório muito comum), a leflunomida (medicamento para artrite reumatóide).
Estão FORMALMENTE CONTRAINDICADOS o uso de ciclofosfamida e metotrexato durante a amamentação e da mesma forma o micofenolato e ciclosporina. Rituximabe também é contra-indicado e para outros imunobiológicos o uso deve ser restrito.
Claro, que todas estas medicações, sua indicação, dosagem, deve ser SEMPRE feitas sob a SUPERVISÃO do obstetra/reumatologista. Neste momento é o binômio mãe – recém nascido que está em jogo e a tomada de decisão vai depender do quadro clínico da mãe e da necessidade da medicação X possibilidade da amamentação!
Mara Suzana Cerentini Loreto
Reumatologista CRM 4848 CFM 1071
