ESCLEROSE SISTÊMICA (ESCLERODERMIA)

ESCLEROSE SISTÊMICA (ESCLERODERMIA)


Publicado em 03/10/2019 - Atualizado 08/10/2019Notícias

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A Esclerose Sistêmica (ES), também conhecida como Esclerodermia, faz parte de um grupo de doenças reumatológicas chamdas de doenças difusas do tecido conjuntivo, pois podem acometer qualquer sistema ou tecido do organismo. A ES é caracterizada pela presença de fibrose (um tecido espessado) na pele e nos órgãos internos. A doença ocorre sob duas formas clínicas principais: a forma cutânea limitada, onde a pele se torna endurecida nas extremidades apenas (mãos, pés, face) e a forma difusa, quando a pele endurece também no tronco. Ambas as formas clínicas podem envolver os órgãos do aparelho digestivo, principalmente o esôfago, articulações e tendões, pulmões, coração e rins. Outra característica importante da ES é a alteração da circulação, representada pelo chamado Fenômeno de Raynaud, que é a mudança de coloração das mãos (também pés, nariz, orelhas) em resposta a estímulos, principalmente frio e estresse. Este fenômeno pode acontecer por muito tempo antes dos outros sintomas, principalmente no caso da forma cutânea limitada. A anormalidade da circulação, se não tratada,  pode resultar em úlceras dolorosas nas pontas dos dedos e mesmo levar a amputação dos mesmos. Além do Fenômeno de Raynaud e do espessamento da pele, outros sintomas da ES dependem do órgão envolvido pela doença, incluindo dores articulares que persistem ou pioram ao repouso, sensação de refluxo, dor e distensão  abdominal, constipação intestinal ou diarréia recorrente, dor no peito e falta de ar aos esforços, tosse seca, alteração da função renal e hipertensão arterial de inicio súbito, alterações do ritmo cardíaco. Na pele podem aparecer também lesões arredondadas formadas de pequenos vasos, mais em face e palmas das mãos, chamadas de telangiectasias. O tratamento da ES inclui proteção contra o frio, medicamentos vasodilatadores e imunossupressores, de acordo com o órgão comprometido. Quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chance de alcançar bom controle da doença e impedir as lesões irreversíveis. O aparecimento de fenômeno de Raynaud deve ser prontamente investigado com exames sorológicos (FAN e autoanticorpos específicos) e realização da capilaroscopia periungueal, exame em que o médico examina as áreas de cutículas dos dedos das mãos. Os vasos capilares da cutícula revelam precocemente alterações características da ES, sendo este exame uma importante ferramenta para o diagnóstico e acompanhamento da enfermidade.

 

Dra. Adriana Fontes Zimmermann – Médica Reumatologista
CRM 4120 RQE Reumatologia 4513

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As doenças reumáticas têm maior sucesso no tratamento quanto mais cedo forem diagnosticadas. Para isso, é importante estar alerta aos fatores de risco e sintomas das principais doenças.

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