A medicina sabe que o processo do adoecimento da pessoa com síndrome fibromiálgica é um situação difícil de se perceber e entender. Mas é real. Reflete um sofrimento, uma incapacidade de se conviver com uma realidade que é expressa por sintomas de dores difusas e em alguns momentos intensos e incapacitantes. O percurso psicoemocional, o seu significado, a representação para a(o) paciente e sua capacidade para entender e modificar esse contexto passam a ser muito importantes. Repetindo o que já afirmamos antes, o tripé: psicoterapia cognitiva comportamental, atividade física, a medicação, associado ao aceite e o esforço do paciente é o grande diferencial.
Tornam ainda mais complexa esta ” Síndrome Central de Amplificação de Dor” as situações de deficiências cognitivas (compreensão) e também muitas vezes as dificuldades dos próprios médicos em estarem preparados e com tempo para ajudar os paciente nesta síndrome complexa e sem lesão de órgãos (juntas, tendões, ossos) como a maioria do médicos está acostumada a tratar.
Por isto, atitudes paternalistas não são solução para o problema. Muito pelo contrário, estas levam a paralisia, que é para onde a síndrome direciona e de onde se deve distanciar. Não devemos diferenciar o processo da Fibromialgia de outros tipos de sofrimento e sim ajudar a quem sofre de qualquer tipo de sofrimento. A Fibromialgia é um processo de doença social (como foi em outra época a ” LER”, estão lembrados, uma verdadeira epidemia!). E ainda a SF pode vir associada a muitas outras doenças. Todos podemos expressar componentes sensitivos centrais. Cabe a cada um de nós tentar reagir e ajudar àqueles que têm mais dificuldades a entender que a participação ativa no seu processo de cura é vital para a melhora dos seus sintomas.
Rejane Leal Conceição da Costa Araujo – Médica Reumatologista CRM 2434
Mara Suzana Cerentini Loreto – Médica Reumatologista CRM 4848