24 de março – Dia Mundial do Combate à Tuberculose

24 de março – Dia Mundial do Combate à Tuberculose

Revisado por: - CRM-SC 4848 RQE 1071
Publicado em 20/03/2019 - Atualizado 28/05/2019Notícias

tuberculose-reumatismo

24 de março é o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Nessa data, há grande mobilização visando o envolvimento de todos na luta contra essa enfermidade.

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo estão infectadas pelo Mycobacterium tuberculosis, principal agente causador da tuberculose (TB). Destes, 9 milhões poderão desenvolver a doença, por ano. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2014 um milhão de óbitos no mundo foram atribuídos à doença e, no Brasil, foram cerca de 4.400.

O Brasil é um país em desenvolvimento com muitos problemas relacionados à qualidade de vida e à saúde pública, consequências de grande desigualdade social e, portanto, de elevados níveis de pobreza. Esses fatos contribuem para aumento na prevalência de infecções oportunistas, como a TB. A prevalência e a incidência da doença no país são muito elevadas quando comparadas com as de países desenvolvidos. O Brasil está entre os 22 países priorizados pela OMS, que englobam 80% da carga mundial de tuberculose, é o 19° em relação ao número de casos.

O Dia Mundial de Combate à Tuberculose é importante não apenas para os pneumologistas, visto que os pacientes reumáticos possuem um risco maior de desenvolver a doença.

Descubra, neste artigo, a relação entre doenças reumáticas e tuberculose e saiba como é possível prevenir essa infecção.

Por que pacientes reumáticos têm mais riscos de desenvolver tuberculose?

Uma pesquisa, publicada na Revista Brasileira de Reumatologia, destaca que o risco de TB em pacientes com Artrite reumatóide (AR) é de duas a quatro vezes maior do que o na população geral, varia de acordo com a região ou o país avaliado. Não há estudo sobre a incidência de TB em pacientes com AR na população brasileira.

Todo paciente que irá receber imunossupressor e/ou terapia biológica para tratamento de doença reumática , principalmente Artrite Reumatóide, deve fazer pesquisa para infecção latente por tuberculose (ILTB), que significa o contato prévio com a bactéria, a qual fica alojada nos pulmões, sem causar dano, porém se há baixa na imunidade, como por uso de medicamentos, a bactéria é ativada e causa a doença. No Brasil, a triagem para ILBT é feita com radiografia de tórax e teste intradérmico com derivado proteico purificado do M. tuberculosis (PPD).

Para facilitar o entendimento, é preciso saber antes o que é TNF. Trata-se de uma citocina (pequena proteína, que todos temos no organismo) pró-inflamatória que causa efeitos diversos nas células do corpo, influenciando no surgimento de doenças inflamatórias crônicas, como:

  • artrite reumatoide;
  • espondilite anquilosante;
  • artrite psoriásica;
  • artrite enteropática, entre diversas outras.

Assim, para evitar que o TNF desenvolva-se em excesso no organismo, começou a ser introduzido nas terapias os tais agentes biológicos que reduzem ou bloqueiam sua ação e, com isso, têm a capacidade de modificar o curso da doença. Entretanto, foi sendo identificado que o uso de anti-TNF, em algumas situações (raras) estava associado ao surgimento de novos casos de tuberculose pulmonar e extrapulmonar.

Em um levantamento realizado pelo Food and Drug Administration, dos 147 mil pacientes que estavam utilizando infliximabe, um tipo específico de bloqueador de TNF, 70 desenvolveram a tuberculose, sendo que a maioria (98%) desenvolveu durante as seis primeiras infusões.

Portanto, os dados e pesquisas têm reforçado que o uso de agente Anti-TNF deve ser considerado um fator de risco para a progressão de tuberculose. Assim, pacientes reumáticos precisam redobrar a atenção com seu tratamento e buscar prevenir-se.

É possível prevenir a tuberculose?

A principal ação do Dia Mundial de Combate à Tuberculose é direcionada à prevenção. Para os pacientes de doenças reumáticas, a Sociedade Brasileira de Reumatologia recomenda que, antes de utilizar qualquer agente biológico, seja realizada a detecção e o tratamento da tuberculose infecção latente (TBIL), se for o caso.

Os exames para rastreamento incluem uma avaliação do risco epidemiológico, radiografia do tórax e teste tuberculínico (PPD ou Teste de Mantoux). Assim, é possível realizar a prevenção ao identificar, previamente, se o paciente já possui a bactéria, mesmo que incubada, e promover a sua cura.

Caso isso não seja realizado, e o tratamento da doença reumática esteja em andamento, é importante ficar atento aos primeiros indícios da tuberculose, como:

  1. tosse;
  2. febre;
  3. sudorese;
  4. perda de peso.

Ao notar uma frequência maior desses sinais, procure imediatamente a ajuda médica.

Lembre-se que, devido à ligação entre reumatismo e tuberculose, é imprescindível realizar o tratamento com um reumatologista de confiança, que irá acompanhará o desenvolvimento dos sintomas, buscando uma terapia que se adeque às necessidades do paciente.

Outro aspecto importante a ressaltar: uma vez feito o diagnóstico de tuberculose latente (este do PPD positivo, sem doença no pulmão) ou está com a doença tuberculose, o tratamento tem que seguir rigorosamente o preconizado pela Secretaria de Saúde. Existe um aumento de resistência bacteriana a nível mundial e uma das causas é o tratamento incorreto e incompleto por parte dos pacientes.

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Material revisado por:
- CRM-SC 4848 RQE 1071

Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Pelotas – UFPEL - 1984 Especialista em Medicina Interna e Reumatologia pelo Hospital de Clinicas de Porto Alegre/RS -1985-1989 Especialista em Terapia Intensiva pela AMB e AMIB - 1994 Subespecialidade: Habilitação em Densiometria Óssea pela SBDENS/CBR - 1998 Presidente da Sociedade Catarinense de Reumatologia 2018/2019 Título de especialista em Reumatologia AMB/SBR - 1988

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As doenças reumáticas têm maior sucesso no tratamento quanto mais cedo forem diagnosticadas. Para isso, é importante estar alerta aos fatores de risco e sintomas das principais doenças.

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