Vacinação nas doenças reumatológicas

Vacinação nas doenças reumatológicas


Publicado em 22/01/2020Notícias

vacinacao-nas-doencas-reumatologicas

As férias chegaram e, com elas, vêm viagens, passeios, trilhas e maior circulação de diversas pessoas por locais públicos. A consequência disso é o aumento de chances de contrair algumas infecções, motivo pelo qual temos que estar atentos ao nosso calendário vacinal. A vacinas são capazes de oferecer proteção contra infecções e sua produção é feita baseada em microorganismos que estão enfraquecidos (mas vivos) ou pedaços de microorganismos (“mortos”, portanto). Após passar pela vacinação, quando nosso corpo entrar em contato com o microorganismo realmente causador da doença, já estará treinado para reagir e se proteger.
E qual é a relação das vacinas com as doenças reumáticas? Os pacientes com doenças reumatológicas autoimunes possuem maiores chances de infecções, porque seu sistema imunológico (de defesa contra infecções) é suprimido (tem sua força reduzida) pelas medicações que tratam a doença (o chamado tratamento imunossupressor).
Por isso, estar com as vacinas em dia e assim prevenir infecções é muito bom para estes pacientes. Mas por outro lado, como seu sistema imunológico está suprimido, mesmo o microorganismo “enfraquecido” (mas ainda vivo) de algumas vacinas pode causar alguma complicação. Então, as orientações sobre vacinas em pacientes reumáticos variam, dependendo da vacina ser feita com microorganismos vivos ou mortos.
Em geral, vacinas com microrganismos vivos devem ser evitadas em paciente com tratamentos imunossupressores, devendo ser feitas somente após autorização médica.
A vacina contra a febre amarela, por exemplo, é composta de vírus vivo atenuado. Pacientes com doenças autoimunes e em uso de imunossupressores devem evitar a realização dela devido ao risco de induzir uma infecção pela febre amarela ao se vacinar. Se for necessária a vacinação (por viagem ou por morar em região de alto risco para febre amarela), deverá ser discutido com seu médico reumatologista ANTES de receber a vacina.
Também são vacinas baseadas em microorganismos vivos: sarampo, rubéola, caxumba, poliomielite oral (das gotinhas) e tuberculose (a BCG).
Como o efeito imunossupressor de algumas medicações pode passar da mãe para o bebê durante a gestação e amamentação, as vacinas vivas atenuadas também devem ser evitadas nos primeiros meses de vida do recém-nascido de mães que tenham sido tratadas com certos imunossupressores potentes na gestação!
Já para as vacinas feitas com microorganismos mortos, não há mais riscos de complicação por causa da imunossupressão. São recomendadas nos pacientes reumáticos, mesmo se já estiverem em tratamento.
A vacina contra a gripe (influenza) e a vacina contra a pneumonia (pneumococo) são feitas com microorganismos mortos e são em geral boas para todos os pacientes com doenças reumáticas autoimunes.
Também são vacinas baseadas em microorganismos mortos: tétano, coqueluche, meningite e hepatite, entre outras.
É de extrema importância que o calendário vacinal dos pacientes com doenças reumatológicas esteja atualizado e que os pacientes conversem com seu médico sobre quais vacinas de vírus vivos atenuados podem ser feitas, analisando risco-benefício de cada uma. E lembre-se: esse texto é um informativo geral e algumas condutas e cuidados podem variar caso a caso. Nenhum texto substitui sua consulta pessoal a um médico! Converse com ele sobre vacinas, e se você tem ou suspeita ter uma doença autoimune, procure também um reumatologista.

Dra Amanda Terra de Sá Koerich
CRM/SC 21255 RQE 17342
Médica reumatologista, membro da Sociedade Catarinense de Reumatologia

Cartilhas

As doenças reumáticas têm maior sucesso no tratamento quanto mais cedo forem diagnosticadas. Para isso, é importante estar alerta aos fatores de risco e sintomas das principais doenças.

Ver cartilhas
cartilhas