Fatores de risco para as doenças reumáticas

Fatores de risco para as doenças reumáticas

Revisado por: - CRM-SC 4848 RQE 1071
Publicado em 10/04/2019 - Atualizado 14/06/2019Dicas

fatores-de-risco-para-as-doencas-reumaticas

Conhecer os fatores de risco para as doenças reumáticas é essencial para evitar ser acometido por uma dessas doenças ou minimizar seus sintomas. Alguns fatores podem ser prevenidos, porém outros não, como quando a causa da doença tem ligação genética.

A importância de conhecer esses fatores e, dentro do possível, evitá-los é justificada porque boa parte das doenças que afetam as articulações são crônicas, ou seja, não têm cura. Além disso, elas podem levar à debilitação e redução na qualidade de vida dos pacientes.

Desta forma, é importante modificar os hábitos que possam ser nocivos para evitar o reumatismo e, com isso, preservar a integridade do sistema locomotor como um todo.

Para falar mais sobre o assunto, contamos com a participação da Dra. Maria Aparecida Scottini, membro da Diretoria Executiva da Sociedade Catarinense de Reumatologia (SCR). Acompanhe!

Principais fatores de risco para as doenças reumáticas

1) Sedentarismo

O sedentarismo é prejudicial para a saúde como um todo. Especificamente em relação às doenças reumáticas, ele gera enfraquecimento muscular: “Quanto mais o paciente for sedentário, mais a sobrecarga recai sobre as articulações. Por outro lado, quanto mais forte estiverem os músculos, mais eles sustentam o corpo e menos agridem as articulações”, explica a reumatologista.

Dessa maneira, o sedentarismo provoca redução da condição física, deixando o paciente predisposto ao aparecimento de lesões e inflamações. Para evitar esse fator de risco, a Dra. aconselha a prática de atividades físicas regularmente. Os exercícios físicos liberam hormônios, importantes para o metabolismo e substâncias anti-inflamatórias que agem nos músculos, articulações e tendões.

Além disso, para quem já possui reumatismo, a atividade física é igualmente vantajosa, pois auxilia a reduzir a fadiga – sintoma típico de doenças como lúpus eritematoso sistêmico e espondilite anquilosante -, promove a melhora do condicionamento físico e, consequentemente, da qualidade de vida.

2) Obesidade

A Dra. Maria Aparecida explica que a obesidade pode contribuir para o aparecimento de alguns sintomas das doenças reumáticas: “O sobrepeso pode causar dor lombar, desgaste e dor nas articulações, decorrentes do excesso de peso nas articulações”.

O aumento da obesidade está relacionada com o aumento nos casos de artrose e artrite, visto que o excesso de peso corporal é um fator de risco para que essas condições se desenvolvam. Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia identificaram uma relação entre a obesidade e a progressão mais rápida da incapacidade na artrite reumatoide.

3) Alimentação

Uma alimentação inadequada, rica em gorduras e alimentos inflamatórios contribui para o agravamento do quadro de inflamação. Ela pode, portanto, não somente levar ao surgimento de doenças reumáticas como, por exemplo, artrite reumatoide, como também piorar os seus sintomas.

Já o baixo consumo de frutas, vegetais e vitamina C aumenta os riscos de desenvolver poliartrite inflamatória, enquanto a ingestão excessiva de carnes vermelhas e fruto do mar pode elevar as chances de desenvolvimento da gota.

Para prevenir esses problemas, a Dra. Maria Aparecida ressalta a necessidade de manter uma alimentação saudável: “É importante consumir produtos in natura, como frutas e verduras, e evitar alimentos processados, embutidos, açúcar e gordura, já que favorecem a obesidade e podem contribuir para o aparecimento de doenças reumáticas”.

Além disso, ela faz um alerta: “Hábitos prejudiciais, como alimentação inadequada, aumentam o colesterol, favorecem o aparecimento de diabetes e doenças cardiovasculares, que podem piorar o sistema circulatório e, com isso, também piorar a parte inflamatória e agravar o quadro das doenças reumáticas”.

4) Álcool

O consumo excessivo de álcool aumenta os índices de ácido úrico no sangue. Conforme vai aumentando a sua concentração, transforma-se em cristais, que se depositam nas articulações, causando inflamação no local e, consequentemente, dor e inchaço. Com o tempo, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, esse cenário pode evoluir a ponto de surgir a gota.

5) Tabagismo

O tabagismo é considerado um fator de risco para o surgimento de doenças reumáticas como artrite reumatoide e lúpus, assim como para a piora dos seus sintomas. Além disso, pesquisas demonstram que fumantes podem ter mais dificuldade em obter melhoras com o tratamento.

A Dra. Maria Aparecida explica que o tabagismo é considerado um fator inflamatório e ressalta: “Se a pessoa já tem uma doença reumatológica, o cigarro pode agravar ainda mais, mas o fato de fumar pode favorecer o aparecimento de doenças reumatológicas em uma pessoa saudável”.

Por que é importante conhecer os fatores de risco?

Há, ainda, outros fatores de risco que podem elevar as probabilidades de a pessoa desenvolver reumatismos, como:

  • estresse;
  • ansiedade;
  • depressão;
  • alterações climáticas bruscas;
  • genética.

Conhecer os fatores de risco, assim como melhorar hábitos, é fundamental para evitar que as doenças reumáticas avancem. Mesmo aquelas que não podem ser prevenidas, é possível estagnar a ponto de permitir que o bem estar não seja prejudicado pelos seus sintomas.

Além disso, a prevenção e o diagnóstico precoce são a chave para o sucesso de qualquer tratamento das doenças reumáticas: “Quanto mais precoce o tratamento da doença, menores são as chances de deixar sequelas, além de que o paciente também consegue ter uma qualidade de vida melhor”, explica a Dra Maria Aparecida.

O ideal é procurar ajuda médica quando os primeiros sintomas se manifestarem: “Se você sabe que na sua família existe uma tendência maior de ter uma doença reumatológica, ao começar a sentir uma dor articular, dor na lombar ou inchaço das juntas, procure um médico o quanto antes.” orienta a especialista.

Para evitar o aparecimento das doenças, é ideal manter uma vida saudável, procurando se alimentar adequadamente, praticar exercícios físicos e cortar cigarro e outros hábitos prejudiciais. Confira mais dicas de prevenção, no artigo É possível prevenir doenças reumáticas?.

Gostou do artigo? Siga a SCR no Facebook e Instagram e receba mais dicas sobre saúde reumatológica na sua rede social favorita.

Material revisado por:
- CRM-SC 4848 RQE 1071

Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Pelotas – UFPEL - 1984 Especialista em Medicina Interna e Reumatologia pelo Hospital de Clinicas de Porto Alegre/RS -1985-1989 Especialista em Terapia Intensiva pela AMB e AMIB - 1994 Subespecialidade: Habilitação em Densiometria Óssea pela SBDENS/CBR - 1998 Presidente da Sociedade Catarinense de Reumatologia 2018/2019 Título de especialista em Reumatologia AMB/SBR - 1988

Cartilhas

As doenças reumáticas têm maior sucesso no tratamento quanto mais cedo forem diagnosticadas. Para isso, é importante estar alerta aos fatores de risco e sintomas das principais doenças.

Ver cartilhas
cartilhas